Tentei mais uma vez escrever sobre tudo isso, mas, há pessoas em minha vida que palavra nenhuma é possível descrever, conclui nessa manhã ensolarada

dentre minhas entranhas

Poderia ser sobre religião, sexo, arte, guerras, amigos, política ... Nada das ideias parecia-me sustentar, de fato, um motivo para escrever, o que eu queria mesmo, ainda quero, é escrever sobre o desinteressante fato de sobreviver sem uns e outros, sobre o que senti nesses últimos dias que me mudaram como se fossem anos... E se quer saber, já não me importo como escrevo, se bem, se mal, se pontuado corretamente, se possui coesão ou coerencia, erros ortagráficos ou até mesmo se agrada quem vai lêr, se é que alguem lerá.. Escreverei pela veneração, estima e afeto que acabam de morrer em mim e daqui para frente, o que vier a ser escrito tem como proposito confundir o seu ser com o meu e juntos  perderemos a nós mesmos, assim, sem usar superlativos ou qualquer outra coisa que adjetive sentimentos, nós não precisamos disso a partir de agora, o que escreverei vai se tornando tão forte que me envolvo em mim mesma e não me conheço, transbordando-me em sensações alheias. Conhecia as regras do escrever, sem suspeitar que começava a conhecer também as do amar. O que hoje é tufão em sentimentos, faz-lhe perder o sono, amanhã estará quietinho em memória, não se aflija. A adolescencia não é rídicula neste ponto?Ando tendo vertigem e enjoos, ando gostando cada vez menos do ser humano, que cada vez mais se afunda em hábitos que causam-me nojo, mentindo, usando de indiretas baixas para atingir, achando que são donos de outras pessoas... prefiro o naufrágio da minha existência inteira a ser como eles... Vou tentar parar com isso, vou tentar esquecer o que foi passado, vou  até tentar te desejar o bem, como uma espécie de ressureição vaga da minha própria plenitude... Há tempos não me sinto inteira, não consigo mais eternizar meus sentimentos.

Tento achar palavras para conseguir explicar como foi aquele olhar e o que fizeram comigo depois dele. Eu jurava ser verdade, eu acreditei mais neles do que em mim mesma. Devia ser lei: Olhares não podem mentir.

Mirava suas mentiras em meus olhos e em seguida desviou o olhar para o chão, eu fiz o mesmo... Ele olhava para baixo apenas para observar as pedras ao lado de seus pés. Qualquer um que passasse concluiria que a menina que tinha  sorisso largo, agora com feição séria, olhava para dentro de si mesma.

E cada vez mais ia me sentindo muito mais mulher do que ele era homem, até por isso te peço dessa vez em murmurio: me perdoa? Você deveria lembrar que também erra, que também esconde, que também julga... a alma é cheia de mistérios, não é?

Queria te olhar mais uma vez e ter a lembrança boa de antes, ter o sentimento de antes, ficaríamos ali, em silêncio, somando nossas ilusões, nossos temores e começando já a somar nossas saudades, não duraria muito a nossa despedida, mas, quando se trata de talvez ser a última visão, a ultima escolha, me pareceu é infinito. Tem algum exagero nisso, mas, não se esqueça que é a emoção do primeiro amor!

as verdades que eu não te contei (:

Chega a ser engraçado lembrar de todos os nossos desencontros (Isso, essa é a palavra que procurava, desencontro). Eu e você somos completamente perdidos e eu acho isso muito lindo. Sentimos as mesmas coisas em momentos diferentes, quando pra mim era amigo pra você era amor, quando pra mim era amor pra você era amigo... e assim continuava a brincadeira, não conseguíamos nos encontrar! Mas ainda assim, não dava pra ficar longe um do outro!
Estava lembrando ontem, antes de dormir, quando a nossa brincadeira acabou e finalmente nos encontramos.
Mas, como eu já disse, até no dia em que nos encontramos estávamos perdidos, era sábado e já que só a coragem não bastava adicionamos um pouco de coragem liquida para que tudo fluísse melhor.
Foi assim, começamos isso errado e não tínhamos a menor pretensão de consertar isso, pra mim estava bom e pra você também. Naquele dia quis te perguntar muitas coisas, sabia? Mas me contive, quando chegasse o momento não precisaria nem te perguntar, você me contaria...
Eu tenho quase que uma certeza aqui dentro que se não fosse pelos outros, eu só estaria com você e você só estaria comigo, sem nenhum contrato de "vamos ficar só você comigo e eu só com você", a gente não precisa dessas coisas, nosso amor é muito livre.
Hoje, quando acordei, já ao abrir os olhos, senti sua falta! Assim do nada, como um sentimento súbito, rápido, que não me permite a escolha de procrastinar. E foi muito gostoso sentir sua ausência, eu precisava disso, pra ter certeza que continuávamos juntos, não de corpo, mas, estávamos ali, um com o outro, mesmo!

tudo o que é deixado é tudo o que eu escondo

Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade

k3

desapego (de-sa-pe-go):  falta de apego; desafeição, desamor; desinteresse.

Já pensei em milhares de jeito de começar esse texto, já pensei milhares de vezes se realmente gostaria de escrever sobre isso. Eu não garanto que tudo que será escrito é, de fato, verdade. Também não garanto que durará muito tempo, eu sempre penso que daqui a um minuto tudo pode mudar em mim e em você, isso acontece sempre com a gente, já reparou nisso, meu menino? Acho que eu mesma vou me induzindo a escrever sobre ideias atordoadas que me surgem no meio da noite. Ideias que quase sempre tem cara de tempestade. É, é mais ou menos isso, como se eu fosse a tempestade e você o copo d'Água.
Eu voltaria atrás e tentaria mais uma vez, você sabe que sim, que eu tentaria muitas vezes, eu tentarei até dar certo, porque eu sei, eu sei que daria certo! MAS não nessa manhã, não hoje e nem nessa semana, nem nesse mês, nem nessa vida! A gente nasceu pra dar certo, mas, não nesse mundo.
" Tá tudo tão complicado ", você me disse isso um dia desses, estávamos em silêncio em meio a todo aquele barulho do terminal de ônibus, e eu estava pensando a mesma coisa! Acho que naquele momento, nós, naquele exato momento, nos referíamos a nós mesmos.
Se dependesse só de nós dois, já estaríamos longe de tudo e perto um do outro.
" É, está sim! Mas, vai passar..." respondi de uma forma rápida, sem pensar e sem olhar pra você, porque você saberia que era mentira... não, não ia passar, começou naquele fim de janeiro, me lembro bem, foi ali que eu percebi que você me fazia sentir algo que não consigo achar palavra para me explicar, na minha cabeça era o único, mas, me desculpe, era o único de fato, só na minha cabeça, mas, não na minha vida e eu não tive coragem de dizer isso a uma terceira pessoa, eu não podia largar tudo ali, eu já havia começado algo e não podia terminar.
E esse nosso sentimento? Ele continua aqui, vivo, em mim e em você também, tenho certeza, não passou em 2 anos, não vai passar assim tão rápido.

Senti sua falta essa manhã, mas, não vou te procurar, você sabe disso! Eu mesma te pedi para desapegar de mim, eu tenho muito medo do que você pode fazer comigo, mas, tenho mais medo ainda do que os outros podem fazer com a gente! Não vamos deixar ninguém saber, vamos continuar nossa história sem que eles saibam, eu prefiro assim, eu prefiro você e você também prefere a mim, e isso fica entre nós dois...

a cada lágrima que ai você chorar lembre que agora você tem a mim (:

E me lembro daqueles dias, nos tínhamos tanto amor uma pela outra, como se me encontrasse em um outro alguém que não era eu, adoro essa sensação, é algo muito raro de acontecer, principalmente comigo. Você sabe o quanto é difícil pra mim ter amigAs, nos já conversamos sobre isso, então, achar alguem com as mesmas neuras, duvidas e sentimentos que eu, me encantou. Te contei minhas magoas e segurei o peso das suas... E então, como em mágica -PUF- tudo aquilo sumiu. Eu no começo não queria acreditar na ausência e quando não dava mais pra disfarçar, achar que era coisa da minha cabeça, ignorar... Sem ter muito que fazer, comecei aceitar tudo aquilo, toda a ausência que tinha sobrado de nós, da nossa doce amizade que eu jurava que ainda daria muitas histórias pra contar... Fingi não ligar, não me importar, como sempre fiz,  mas, aquilo me perturbava muito e eu ainda lembrava de você com frequência, com carinho e até esperava que as coisas voltassem a ser como antes, mas, os fatos que aconteceram só nós fizeram aumentar a distância.. Ainda assim lembrava muito de você só que o dessa vez não de uma maneira boa, mas, com um pouco de raiva, um pouco de magoa, e MUITA saudade. Confesso!

Bom, ficar sem você não doía mais tanto quanto antes, não que com o tempo pare de doer, mas caiu no meu entendimento que às vezes perdemos algo, ou alguém e não há solução... veja, a companhia dele me fazia bem e ao mesmo tempo te fazia tão mal, e não era justo que eu fosse te pedir pra ficar do meu lado se isso te machucava. E então não me sentia no direito de te pedir pra voltar e por isso nunca consegui dizer: OLHA, EU SINTO SUA FALTA! E isso só me causou mais um pouco de raiva, odeio a impotência de sentir e ainda assim calar...

É que entenda, meu bem, pra mim você era como o circo na infância: Vinha me encantava e ia embora! Eu odeio tudo que me encanta e vai embora, eu odeio sentir saudade, eu não sinto saudade de muitas pessoas, alias, as pessoas que eu sinto falta eu conto nos dedos das mãos, e eu sentia saudade sua.

Bom, demorou, mas, você voltou. É o que eu digo: quem é de verdade, permanece! Obrigada, por ter permanecido e desculpe, por tudo! O meu jeito errado de amar as vezes machuca, mas, eu nunca quis te ferir! Te amo

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metade de mim é amor e a outra metade também s2

                                                    Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro