28/12/2013

O fantasma do amor romântico nas relações livres

"É natural que o sexo ajude a fortalecer outros vínculos, e o problema não é esse. 
O problema é que continuamos a acreditar que o sexo, e só o sexo, possibilita, e de fato obriga, uma forma diferente de amor, mais sublime, superior, mais verdadeiro. Desse modo, pessoas heterossexuais só podem amar “de verdade” pessoas do sexo oposto, e pessoas homossexuais só podem amar “de verdade” pessoas do mesmo sexo. Mais do que isso: dentro dessa lógica, só me é permitido amar “de verdade” alguém que pertença àquela pequena parcela da humanidade que eu considero atraente sexualmente. Ou então, pior ainda, eu tenho a obrigação de sentir atração sexual por qualquer pessoa que eu ache extremamente importante na minha vida, e apenas por essas pessoas. Sentimento profundo e sexo são fundamentalmente indissociáveis dentro desse contexto. Não há sexo sem amor, e não há amor “verdadeiro” sem sexo.

Ora, que amor é esse? Esse é o amor de Shakespeare, Göthe, Hollywood e Disney. É o amor que já vem com fórmula pronta, lotado de expectativas, cobranças e “a prioris”, que só fazem sentido na monogamia compulsória. Não é o amor que queremos. Ao menos, não é o amor que eu quero. O amor que eu quero não vem formatado, e é diferente pra cada pessoa na minha vida.


No latim, “amor” e “amica/amicus/amicum” vêm do mesmo radical. Amigx é algúem que se ama. Todas as pessoas que eu amo são minhas amigas. Em alguns casos há sexo, em outros não. E isso não determina nada."

Loucas Lolli sendo lindo s2

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