25/08/2012

Observações de início do fim


Obs1: Pra falar a verdade, eu to escrevendo esse texto pra mim, porque sei que você não lerá.
Obs2: Esse texto necessita de fundo sonoro, fica minha sugestão.
Obs 3: Se eu estiver errada e você ler, por favor, o fundo musical é obrigatório pra você.

Eu acredito sim em términos felizes. E não digo felizes para sempre, eu falo é em ser feliz cada um pro seu lado tentando superar esse erro (desculpa, sou totalmente inadequada), e tem mais: eu também acredito em gente de verdade, gente que sente algo e vai atrás do impossível pra conseguir o que quer e ter uma pitada de felicidade em dias que ninguém parece se importar com ninguém. Você é uma das pessoas mais “de verdade” que eu conheço, mesmo que você não saiba, mesmo que você negue tudo, eu sei, eu te conheço. Isso basta nessa noite.
Primeiro de tudo, me desculpa, me desculpa do fundo daquilo que eu tenho, se é que ainda é um coração, acho que não... Acho que nunca foi. Sei lá, isso não importa mais a essa altura do campeonato.
Nossas brigas, sempre foram intensas demais, da mesma forma que nossos carinhos eram. No fundo, eu sabia que não era feito pra durar. Visto que gosto de chuva, o que nos temos hoje (não sei se posso chamar de amor): é tempestade. Sempre foi muito forte, muito intenso e muito nosso. Era de se esperar que tivéssemos brigas nessa proporção, era mesmo.
Eu não queria ser do jeito que eu sou e não queria que você mudasse em nenhum detalhe. Eu me apaixono por estragos, eu quis você desse jeito, eu aprendi a te admirar assim, eu gosto de gente torta, sem ideia fixa e com a mente confusa. Identifico-me com tudo que se perde. Porque pra mim “se perder também é caminho” e pode ser um caminho lindo ou não. Como se as curva na estrada e os buracos me instigasse, preciso de algo mais forte, odeio estradas retilíneas e tranquilas.
Mais um gole no café, nada melhor pra perdurar meu sofrimento essa noite, mas tudo bem, eu aceito a minha derrota e sofrer também é uma forma de se conhecer. Hoje, sem medo, tenho certeza que você é parte de mim. Não sei se dos meus erros ou dos meus acertos, mas, sem dúvida, tá aqui dentro em algum lugar.
“Só o amor não basta”, foi o que você me disse, eu sempre achei que bastasse. Quando eu era criança (até hoje de manhã) minhas brincadeiras favoritas na praia eram enterrar o tio gordo na areia  -engraçado, isso me fez lembrar minha amiga, nunca fomos a praia juntas, mas, ela com certeza me ajudaria a enterrar meu tio na areia, diria que ela é uma das pessoas que me rouba da solidão -Obrigada- se um dia ela ler isso, vai saber que é dela que eu estou falando- Voltando ao foco, Renata: uma das minhas brincadeira prediletas era enterrar o tio gordo e a outra era fazer castelinhos de areia e imaginar uma vida dentro dele, a vida mais feliz que eu conseguisse pensar, com cachorros, rosas pela casa, café da manhã com suco natural e pão fresquinho.
Nossa relação era o meu “castelinho de gente grande”, imaginei e vivi a vida mais feliz que eu pude dentro dele (tinha buquê de flores no dia dos namorados e tinha ursinhos de pelúcia. Sabe o melhor? Era real). Mas, assim como os outros, do nada, ele cai, assim mesmo, de repente desmoronou e não passou de areia da praia (a mesma que eu enterrava meu tio).
Longe de eu ser a princesa desse castelo (nunca quis ser), mas era como se você fosse meu príncipe e hoje eu vi que meu príncipe estava indo embora junto com o castelo que eu demorei tanto tempo para construir e demorei mais tempo pra acreditar que eu podia habita-lo, que eu fazia por merecê-lo lá dentro... Estava desmanchando em minhas mãos e eu não podia fazer nada para impedir. Era o efeito natural de tudo: nascer e morrer.
Falando em nascer, eu não sei bem como isso nasceu dentro de mim. Não sei se fui eu que sonhei com você ou se foi você que sonhou comigo, só sei que é tudo abstrato entre nós, vezes colorido, vezes preto e branco. Não importa isso também!
Está na hora de aceitar que eu cresci e parar de criar fantasias que me envolvam e te envolvam também. Não quero mais um castelo, só um quarto, sozinha, em que eu consiga me achar e descobrir o que eu sou mesmo, sem medo de aceitar meus demônios e meus anjos. E depois que eu conseguisse aceitar e entender... hum, os mataria. Não aceito nada que não sou eu, eu mesmo. Eu sou o meu anjo e sou também meu demônio. Eu me odeio por isso, eu me odeio pela minha dualidade em tudo.
Depois que eu me achar dentro de mim, te chamo aqui pro meu quarto e vamos dormir em camas separadas dessa vez, não quero mais sentir um calor que não seja meu. Por essa noite eu me basto, só o meu calor pode me aquecer – essa foi a pior mentira que eu já disse. Essa noite eu não me aguento, essa noite eu não me basto.
Essa noite queria tirar a alma pra fora e ficar só com o corpo deitado. Ia pedir pra minha amiga levar  minha alma pra passear enquanto o corpo descansa da rotina ridícula que temos que seguir e um momento de fraqueza (como tantos outros) juntaria meu corpo frio ao seu corpo quente, cheio de alma e ai sim, estaria satisfeita essa noite- – essa foi a pior mentira que eu já disse. Essa noite eu não te aguento, essa noite você não me basta.

Esse é o problema, ficar procurando chão durante a queda e não sentir a liberdade do cair. Essa noite eu vou cair, cair até que eu bata com o corpo no chão e descubra o que é sentir algo de verdade! Essa noite eu tento me descobrir – isso basta!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

vai, diz tudo!