02/01/2012

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Foi engraçado, pra não dizer trágico, o seu olhar ao ver meu sorriso novamente. Jurava que isso não aconteceria mais, depois de todos os pontos finais que já colocamos nessa historia, juraria que um deles teria dilacerado, sem dó, esse seu olhar e há tempos que não existia "a gente".
Eu te avisei, menino, eu te avisei... Nunca fui flor, e se fosse, alertaria-lhe: "Meu filho, isso ai não é flor que se cheire, além do mais, olhe quantos espinhos ela tem... Não dá pra arrancá-la, você vai acabar indo embora sem flor nenhuma e com cicatrizes nas mãos... Pega aquela outra flor ali, muito mais delicada e não vai te ferir como está"
Que menino teimoso, insiste em escolher a flor que tem mais espinhos... Deve ser por ter gostado do perfume. Está novamente com a mão em minhas costas, beijando suavemente meu pescoço, então, como um balde de agua fria no inverno gélido, ali mesmo, no meio da chuva precisei falar ao seu ouvido o mais claro possível, pra ver se dessa vez ele entenderia:
- ''Já arriscamos tudo uma vez e você ainda quer arriscar mais vezes? Você não cansa de me ver indo embora? Você ainda não percebeu que daqui a algum tempo vamos fugir um do outro? Você continua o mesmo e eu também não mudei em nada, o que você quer comigo agora? Você mesmo me disse que de todas, eu sou a que mais machuco! Porque então começar isso mais uma vez?''
Então, eu te aviso, novamente, eu não sou flor, fica longe! Mas, não, você me puxa para mais perto do seu peito, como se nenhum dos meus muitos defeitos e espinhos te importasse.
Em pensamento eu fujo de você, corro para o lado oposto, bem rápido, mas, ainda assim você me alcança e me coloca em seu colo, porque você sabe, lá no fundo, você realmente sabe, que isso é tudo que eu preciso para ficar bem... E então desisto de fugir de algo que existe não só fora de mim, como dentro também. Você é como uma cicatriz, não doi mais, tenho só lembranças boas e não tenho a ousadia de te desejar denovo, começo a sentir o seu perfume, coisa que há tempos não sentia, seu coração acelerava mais a cada centimetro que meu corpo se aproximava do seu... Fogos de artificio celebrando a nossa vontade de ir além e adoçando o que tiver que vir para mim e para você. Continuávamos ali, querendo fugir um do outro, como sempre, mas, algo impedindo essa nossa distância, você me queria e eu te queria também, mas, não era pra amor pra essa vida. Que droga, nossas reaproximações nunca estão no roteiro, eu sempre me perco e você também se perde, não adianta negar... E nos continuávamos ali, olhando um para o outro, estar ali com você era o meu ponto de luz. E aqui estamos nós, novamente, na estaca zero, abraçados na chuva, como na primeira vez, nós sempre iremos ser amor denovo, não importa o quanto eu te mate aqui dentro, você sempre faz questão de voltar só pra mim e eu te amo por isso, eu te amo por tudo.

Um comentário:

vai, diz tudo!