28/11/2011

Desculpe

Desculpe pela honestidade, desculpe pelo carinho demonstrado, desculpe por esse excesso de afeto, desculpe pelo muito calor... Eu sei, tem sol lá fora, tudo que queríamos era sorvete de creme, piscina gelada, sombra de arvore, chinelo nos pés, mas... E esse calor lá fora? O que eu faço meu bem? O que eu faço com esse calor lá fora? Isso está tornando-me mais quente, eu mesma achei que não conseguiria mais esquentar assim, mas, consegui, acho até que vou ferver se continuar desse jeito.
Mas olha aqui rapaz, o problema nem é o calor lá fora, muito menos o fervor aqui dentro... O pior é o frio em você. Um frio gélido, opaco, diria até cinza, mas, como eu gosto de cinza, não acho que seja essa a definição. Eu realmente errei em dizer que você tem uma cor triste, você não é cinza, meu rapaz, você está completamente sem cor, o que é algo ainda pior... Não é branco, não é preto, é REALMENTE sem cor, sem EXPRESSÃO, sem NADA, sem MIM, e até sem VOCÊ, você não acha que andou se perdendo?!
 Nada consegue derreter esse Iceberg ai dentro, você me parece uma ilha, algo tão solitário. Deixe-me te dizer: uma andorinha só faz verão SIM, você é minha andorinha, eu to fervendo, eu to muito quente, eu sou o seu extremo, meu calor não se mede com escalas, eu estou fervendo e isso porque nem é verão, imagina se fosse... Porque temos almas tão próximas e ficamos ainda assim tão longe?! Isso não é certo, aliás, o que é mesmo o certo? Agora, essa resposta vai ficar pra outro dia, é outro assunto, você teria que ler nas ENTRELINHAS (faço referência a uma amiga, uma espécie de irmã minha, com alma tão doce, sorriso tão agradável  e gestos semelhantes com os meus, ela saberá que é dela que estou falando quando ler isso aqui). Andei me estranhando muito hoje, então, essa minha irmã foi a primeira a saber. Como se eu pudesse esconder algo do mundo, de mim mesma, mas, esconder dela eu jamais conseguiria, ela sabe o que acontece dentro de mim, por vezes, melhor que eu mesma, desconfio.
Acho que vou dar um tempo de mim mesma, é preciso, percebi isso hoje no ônibus, parece estranho, mas olhava nos olhos dos outros passageiros como se tentasse me achar ou fazer um escândalo do meu modo: No mudo, mas ainda assim, seria um escândalo tão grande, tão grande, tão grande que eles me achariam e me dariam colo, como se estivesse gritando muito alto para tentar ser salva, como se precisasse que alguém ali dentro me salvasse de mim mesma, eu era meu monstro e estava com pavor de mim mesma e por mais que eu tentasse fugir de mim, eu sempre me achava, sempre. Meus pensamentos estavam insuportáveis, acho que hoje estou de mal comigo mesma, não costumo agir assim, eu me mostro, mas, hoje não, apague a luz e feche a porta, repito: Porque estamos tão longe e tão perto? Isso não é justo rapaz, eu não gosto de ser assim...
To destruindo laços, to desfazendo amores, to refazendo o meu pensar, to ajeitando minha mente, to cuidando da minha áurea, to cortando sentimentos, to recriando, to reconstruindo, to modificando, to percebendo que tem gente que só ocupa espaço e não enche o coração. 

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